É indubitável que todos sem excepção defendem, à sua maneira, o Estado Social. Ninguém no seu perfeito juizo poderá defender que o Estado se demita de toda e qualquer intervenção social. Mas o Estado Social só pode existir enquanto houver dinheiro para o sustentar. Quem não tem dinheiro não tem vícios.
Vem isto a propósito do fabuloso espelho do que é esta democracia, esta política e este país onde (sobre)vivemos. Quando PSD, em notoriamente infeliz movimento táctico, decidiu aventar medidas (em sede de revisão constitucional) que limitariam em última instância o gozo de algumas benesses mormente a nível da saúde, foi como se se anunciasse o fim do mundo. Governo, PS, e o megafone pinto de sousa, bradaram aos céus, espalharam pelos sete ventos que isso era um ataque directo ao Estado Social e o início do seu fim.
O início do fim do Estado Social passaria imediatamente pelo encerramento de maternidades, centros de saúde, escolas e afins. Mas isto é o que se tem feito nos últimos cinco anos pelo governo do sr. Pinto de sousa. Encapotadamente e com designação diferente – com uma parafernália de nomenclaturas propagandísticas pseudo-reformadoras – como quem atira não areia, mas pedregulhos para os olhos dos portugueses.
A verdade é que neste momento a nossa dívida corresponde a 110% do PIB, ou seja, toda a riqueza produzida no país num ano não é suficiente para pagar o que devemos. Os números da dívida pública estão ao nível de 1860.
Nós, portugueses, que gostamos que nos enganem e gostamos de viver enganados, que preferimos a demagogia à verdade, a ilusão à realidade e a hipocrisia à dignidade, reagimos então assim:
Quando alguém nos diz que não há dinheiro, que é preciso ao nível da Lei fundamental alterar desde já as coisas porque não há dinheiro para tudo e estamos à beira do abismo, preferimos a versão de quem grita a dizer que tudo isso é confabulação, pessimismo e “bota-abaixismo”, e o faz, por baixo da mesa, ao mesmo tempo e por decreto como foi a recente Lei do Orçamento em que se reduziram prestações sociais e se eliminaram abonos. A uma reforma a montante para ab initio se tentar resolver o problema, é escolhido a jusante mascarar a realidade e enganar os portugueses.
À verdade prefere-se a mentira.
À reforma prefere-se o mentiroso remendo.
Ao encarar os problemas de frente, prefere-se fingir que nada se passa.
O fim do Estado Social já começou, por aqueles que dizem que o defendem.
Resta saber se esses não terão já começado também a destruir o outro Estado, não o Social, mas o Democrático.
Vem isto a propósito do fabuloso espelho do que é esta democracia, esta política e este país onde (sobre)vivemos. Quando PSD, em notoriamente infeliz movimento táctico, decidiu aventar medidas (em sede de revisão constitucional) que limitariam em última instância o gozo de algumas benesses mormente a nível da saúde, foi como se se anunciasse o fim do mundo. Governo, PS, e o megafone pinto de sousa, bradaram aos céus, espalharam pelos sete ventos que isso era um ataque directo ao Estado Social e o início do seu fim.
O início do fim do Estado Social passaria imediatamente pelo encerramento de maternidades, centros de saúde, escolas e afins. Mas isto é o que se tem feito nos últimos cinco anos pelo governo do sr. Pinto de sousa. Encapotadamente e com designação diferente – com uma parafernália de nomenclaturas propagandísticas pseudo-reformadoras – como quem atira não areia, mas pedregulhos para os olhos dos portugueses.
A verdade é que neste momento a nossa dívida corresponde a 110% do PIB, ou seja, toda a riqueza produzida no país num ano não é suficiente para pagar o que devemos. Os números da dívida pública estão ao nível de 1860.
Nós, portugueses, que gostamos que nos enganem e gostamos de viver enganados, que preferimos a demagogia à verdade, a ilusão à realidade e a hipocrisia à dignidade, reagimos então assim:
Quando alguém nos diz que não há dinheiro, que é preciso ao nível da Lei fundamental alterar desde já as coisas porque não há dinheiro para tudo e estamos à beira do abismo, preferimos a versão de quem grita a dizer que tudo isso é confabulação, pessimismo e “bota-abaixismo”, e o faz, por baixo da mesa, ao mesmo tempo e por decreto como foi a recente Lei do Orçamento em que se reduziram prestações sociais e se eliminaram abonos. A uma reforma a montante para ab initio se tentar resolver o problema, é escolhido a jusante mascarar a realidade e enganar os portugueses.
À verdade prefere-se a mentira.
À reforma prefere-se o mentiroso remendo.
Ao encarar os problemas de frente, prefere-se fingir que nada se passa.
O fim do Estado Social já começou, por aqueles que dizem que o defendem.
Resta saber se esses não terão já começado também a destruir o outro Estado, não o Social, mas o Democrático.
Está muito em moda dizer que a culpa do hiper-endividamento público é do estado social e que todos os males que hoje sofremos é porque quisemos ter uma educação e saúde públicas gratuitas para todos os cidadãos. é certo que quem não tem dinheiro não tem vicios, mas que propostas há em mente para alterar as circunstancias? valerá a pena destruir o que, independentemente de alguns problemas, foi feito de bem neste país? Portugal não é um verdadeiro estado social, é um estado esbanjador que é algo muito diferente. Pode ser que a crise nos traga algo de positivo. E não, não é só tirar o PS do governo que as coisas lá vão.
ResponderEliminarSem dúvida alguma, e estou completamento de acordo. A questão é precisamente porque somos esbanjadoores, falta-nos depois o dinheiro para aquilo que verdadeiramente importa e que tanto demorou a conquistar e criar, a saber, um sistema nacional de saúde e uma escolaridade mínima. São coisas das quais nos deveríamos orgulhar e não, agora, envergonhar pelo sorvedouro de dinheiro que são.
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