quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

PS e a (IN)sensibilade social




A noticia do astronómico aumento das taxas relacionas com atestados, vacinas e taxas de saúde pública em geral não pode passar por entre os pingos da chuva como o governo e alguns dos seus esbirros estão a tentar.

Se por um lado se compreende que as coisas tenham que aumentar, principalmente quando não são actualizadas há décadas, por outro há que perceber os efeitos e impactos que pode esse aumento ter, e perceber que andar com o estado social na boca, não é o mesmo que o por em prática.

Para o comum dos cidadãos recorrer a estes serviços acontece muito pontualmente, e a noticia passa um pouco lado, com um indiferente "mais um aumento".

Mas o problema é que vivemos numa sociedade onde infelizmente nem todos têm a sorte de ser portador de todas as capacidades e foi desses que o governos se esqueceu - dos deficientes.
Só quem convive com o drama de alguém próximo ser portador de deficiência é que sabe que essa mesmo deficiência tem de ser atestada (por obrigação legal) inúmeras vezes.
O que acontece agora com estas novas taxas?

A Associação Portuguesa de Deficientes considera uma "atrocidade" o Estado estar a "extorquir dinheiro a quem mais necessita" ao decidir aumentar a taxa dos atestados multiuso de incapacidade de 90 cêntimos para 50 euros.


Ainda na palavras de Humberto Santos, este aumento afasta as pessoas com deficiência "do acesso àquilo que a legislação lhes atribui em termos de compensações fiscais, mas também de outros direitos como o estacionamento em local apropriado ou acesso a bens e serviços para os quais tem de ser atestado previamente por uma junta médica o grau de incapacidade".

O aumento "incomensurável" agora conhecido só pode ter sido "tomado por pessoas com salários muito bem pagos para quem 50 euros é um mal menor", defendeu o presidente da APD, lembrando que para "quem vive de pensões sociais de 188 euros é óbvio que 50 euros é uma parte substancial dos parcos recursos que este Estado disponibiliza aos que menos têm e menos podem".

"É uma atrocidade que o Estado português faz recair sobre os que tiveram um infortúnio de serem portugueses e de terem entrado na situação de incapacidade. Isto é inqualificável", criticou, admitindo ainda não ter conseguido sequer fazer as contas sobre o aumento percentual de 90 cêntimos para 50 euros.


Dá que pensar não dá?


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