segunda-feira, 7 de março de 2011

Pouca vergonha!


E não é que um camarada de Sócrates é relator de processo Freeport? Acham Normal?

Deixo aqui transcrita a NOTICIA:


Júlio Castro Caldas foi ministro da Defesa entre 1999 e 2001, sentando-se no Conselho de Ministros ao lado de José Sócrates, ministro do Ambiente.

Os factos investigados no processo Freeport, de resto, remontam a essa época.

Júlio Castro Caldas, advogado de profissão, foi nomeado em 2005 pelo Governo de José Sócrates para o Conselho Superior do Ministério Público, cargo que ainda ocupa, agora com mandato da Assembleia da República.

Agora vai ser ele o relator do processo disciplinar instaurado por Pinto Monteiro aos procuradores do processo Freeport, Vítor Magalhães e Paes de Faria.

A TVI perguntou ao Procurador-Geral da República:

1) Por que nomeou o conselheiro Dr. Júlio Castro Caldas relator do processo em epígrafe?

2) Ponderou os factos:
a) do Dr. Júlio Castro Caldas ter partilhado o Conselho de Ministros com o actual primeiro-ministro, cujo nome está directamente relacionado com a factualidade do processo?

b) do Dr. Júlio Castro Caldas ter entrado para o CSMP por nomeação do primeiro Governo de José Sócrates?

3) Por que razão não foi feito sorteio, como previsto nos artigos 30º do Estatuto do Ministério Público e 16º do Regulamento Interno da PGR?

O Procurador-Geral da República respondeu assim:

«Esclarece-se somente que o Senhor Dr. Júlio Castro Caldas faz parte do Conselho Superior do Ministério Público por, há cerca de um ano, ter sido eleito pela Assembleia da República para o lugar».

O Estatuto Do Ministério Público, que é uma lei da Assembleia da República, determina que os processos disciplinares são distribuídos por sorteio, mas várias fontes garantem à TVI que essa não tem sido a prática seguida por Pinto Monteiro, o que viola ainda o próprio Regulamento Interno da Procuradoria Geral da República, que também exige a distribuição dos processos disciplinares por sorteio.

Neste caso, ao contrário da informação que nos chegou, Pinto Monteiro garante que seguiu as regras:

«O processo foi sorteado entre os Membros que poderiam vir a ser relatores».

Ou seja, Pinto Monteiro acha mesmo que um ex-colega de Governo de José Sócrates, nomeado por ele para um primeiro mandato, pode ser o relator do processo.

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