O ódio cego do PCP pela NATO e pelo Capitalismo faz com que entrem por vezes no disparate, e cheguem ao ponto de dizer que o Khadafi foi um heroí.
Segundo o Miguel Urbano Rodrigues “Três Khadafi diferentes, quase incompatíveis, são identificáveis nos 42 anos em que dirigiu com mão de ferro a Líbia” que se resumem ao seguinte:
1º O Revolucionário
2º O Vendido
3º O Anti-Imperialista
Só que quando se conta uma história convém referir todos os factos e explicá-los.
O 1º Khadafi após ter tomado o poder, para cair nas boas graças dos estados árabes vizinhos, assume uma postura anti-capitalista, anti-americana e anti-semita.
Durante os anos 70 e 80, Khadafi patrocinou diversos atentados terroristas (nomeadamente o atentado de Lockerbie). Estes imensos ataques terroristas ordenados por Khadafi são os reais motivos que provocaram as sanções impostas a Líbia e os bombardeamentos à Tripoli.
Com o embargo económico, juntamente com a queda de preço do petróleo nos mercados internacionais, a situação económica do país deteriorou-se rapidamente, e é face a isto que Khadafi, muda de política em relação à Europa e aos EUA. Deixa de financiar e apoiar grupos terroristas, e abre a sua economia a estes países.
São estes os motivos por trás do aparecimento do 2º Khadafi. Não é o líder ter-se distanciado “progressivamente nos últimos anos da política de independência que levara os EUA a incluir a Líbia na lista negra dos estados a abater porque não se submetiam. Bombardeada Tripoli numa agressão imperial, o país foi atingido por duras sanções e qualificado de «estado terrorista.” Foi qualificado porque era mesmo! Inclusive, assume responsabilidades no atentado de Lockerbie, tendo pago indemnizações às famílias das vítimas.
O 2º Khadafi só existiu por questões de sobrevivência. Se ele não mudasse de postura já teria sido derrubado do poder há muito tempo.
O 3º Khadafi nunca existiu porque é igual ao 1º Khadafi.
E dizer que só com a “agressão imperial” mostrada por Khadafi nestes últimos meses é que este “recuperou a dignidade”, é estar a defender um assassino sem quaisquer escrúpulos.
É dizer que ser digno é utilizar o terror e a repressão para controlar o seu povo.
É dizer que ser digno é utilizar a riqueza do seu país para se manter no poder.
É dizer que ser digno é ser um ditador!
Nunca houve um bom Khadafi e um mau Khadafi. Ele foi sempre o mesmo. Alguém que fez tudo para conseguir manter-se no poder e afirmar-se no mundo. Fosse matar inocentes ou como diz o Miguel Urbano Rodrigues “vender-se” ao capitalismo!
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