Nos últimos tempos temos assistido a um tipo de protesto diferente. Cada vez que um membro do Governo aparece num evento público surgem alguns activistas (na maioria sindicalistas militantes do PCP) que através de gritos, assobios etc.. impedem os governantes de falar.
Naturalmente que todos compreendemos o descontentamento crescente na sociedade portuguesa, mas não deixar outros falar? Os comunistas defendem-se dizendo que estão a fazer uso de formas legítimas e democráticas de protesto.
Muitos já nos interrogamos como seria se acontecesse o inverso? Como seria se alguém, através dos mesmos métodos, perturbasse a fala num comício do PCP?
Não é preciso imaginar, já aconteceu.
Em Maio de 2011, em plena campanha para as Legislativas, um grupo de militantes do PC pintou as Escadas Monumentais de Coimbra. Este ícone conimbricense, integrado na candidatura a Patrimoniado da Humanidade, ficou descaracterizado (ver foto).
Os estudantes da Universidade de Coimbra, sentindo-se violentados por este acto, protestaram com Jerónimo de Sousa durante o comício da CDU.
Qual a reacção? A mesma que o PC defende hoje? Tolerância e compreensão por uma "forma de mostrar a indignação"?
Claro que não! Os jovens eram "todos fascistas" que apenas seguiam os métodos do antigo regime de Salazar.
"Não nos calaram" disse o secretário geral do PCP e acrescentou o "PCP conheceu ao longo da história o silenciamento, a provocação, a proibição".
"Aqueles que o fizeram e que transportam até hoje esse anátema que marcou a nossa história, é importante que saibam que não nos calarão"
Isto leva-me a concluir que das duas uma:
Ou os comunistas podem cortar a palavra a quem lhes apetecer sendo que ninguém lhes pode fazer isso a eles, ou o PCP "transporta até hoje esse anátema que marcou a nossa história" e são o que os comunistas sempre foram, autoritários e anti-democratas.