Os novos problemas sociais da crise financeira que assola Portugal estão aí e nada nem ninguém os consegue parar. Por trás da situação financeira existe sempre a praxis da vida, grau de respeito individual pela lei, de cada cidadão.
O DN, hoje, faz manchete com as 60 mil multas de trânsito por falta de inspeção periódica obrigatória. Um sinal da falta de disponibilidade das famílias.
Este é um dos problemas que as medidas de retração salarial vão acarretar. Neste caso a inspeção, porém, o seguro de carro ou de imóveis também serão castigados pela carestia de salários. Há já notícias de famílias que não recorrem ao banco alimentar por não ter eletricidade e gás para poder cozinhar. Esta é a dura realidade do país que tem de ser acautelada.
Na primeira questão está em causa a segurança na estrada. Os juros baixos aliciaram muitos portugueses a adquirir habitação a quilómetros do local de trabalho e fazendo do automóvel a sua segunda casa, muitos passam mais de duas horas dentro da viatura. Aqui é a segurança rodoviária que está em causa.
A segunda questão prende-se com a situação estival de fogos que coloca todos os bens das famílias em risco e com as devidas consequências.
A terceira questão é mais grave, pois, coloca-se no plano de necessidades primárias do Ser Humano.
A questão social está muito à frente da questão financeira, não ver esta realidade ou escamoteá-la será empurrar com a barriga para a frente o período difícil que se avizinha.
Estas questões são ainda mais pertinentes com a saída da Grécia do euro, o pedido eminente de resgate do Chipre ou o apoio financeiro à banca espanhola, pois, não deixam margem para solucionar definitivamente estes problemas, contudo, não se pode esquecer a mínima solução possível.
As obras de betão já eram, hoje, são as obras do Ser Humano aquelas que têm mais relevância na avaliação dos cidadãos. E serão as últimas que levarão um povo a dar confiança ou não àqueles que pretendem dominar as políticas operacionais da nação.
Crescimento? Eis o que Charles Kenny enunciou em 1999 que está hoje no centro do debate económico mundial:
“Does Growth Cause Happiness, or Does Happiness Cause Growth?”